falta pouco para nos encontrarmos no GEDEI, onde vamos apresentar alguns dos projectos do NetInfância deste ano. ficam aqui os resumos dos posters.
O Projecto NetInfância e as práticas relativas às TIC na licenciatura em Educação de Infância do Pólo de Lamego da ESEV: a PlayStation, o Homem-Aranha e os meninos no computador.
Maria P. Figueiredo & Nelson A. F. Gonçalves,
Escola Superior de Educação de Viseu e Centro de Estudos em Educação, Tecnologia e Saúde do Instituto Politécnico de Viseu
De forma integrada em diferentes espaços curriculares da Licenciatura em Educação de Infância da Escola Superior de Educação de Viseu, Pólo de Lamego, têm-se desenvolvido projectos de intervenção e de investigação relativos à utilização das TIC em contexto de educação pré-escolar nalguns jardins-de-infância do concelho de Lamego, ao longo dos últimos quatro anos, no âmbito do projecto NetInfância. Nesta comunicação, pretendemos partilhar alguns projectos e narrativas que substanciam a vida do projecto como um agregador de interesses e investimentos diferenciados, de diferentes actores e em diferentes contextos formativos, destacando algumas linhas de síntese que têm emergido dessas práticas e da reflexão sobre as mesmas, quando contextualizadas na investigação e política educativa sobre a relação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) com a área da Educação de Infância.
Algumas das experiências que pretendemos partilhar referem-se à utilização de TIC como o EyeToy da PS2 ou o leitor de MP3, outras centram-se no recurso a softwares como o Squeak (narrativas digitais), o Evolvotron (arte generativa) ou o Audacity (edição áudio), surgindo ainda propostas como a realização de videoconferências, a criação com “e-fantoches” e a visita a um jardim virtual em 3D. Estas experiências e a investigação que as sustenta são mobilizadas para discutir conceitos como fluência tecnológica (Papert, 1997), nativos digitais (Prensky, 2001) e geração net (Tapscott, 1998), procurando-se contribuir para a necessária análise crítica de algumas das ideias em que se baseia o debate em torno das TIC na Educação de Infância.
Maria P. Figueiredo, Diana Rocha, Ana Lúcia Carvalho & Nelson A. F. Gonçalves,
Escola Superior de Educação e Centro de Estudos em Educação, Tecnologia e Saúde do Instituto Politécnico de Viseu
O nosso poster apresenta um trabalho de investigação, realizado no âmbito da disciplina de Seminário da Licenciatura em Educação de Infância, que consistiu na avaliação de uma experiência de implementação da PlayStation 2 (PS2) em dois Jardins-de-Infância de meio rural do Concelho de Lamego. O estudo concretizou-se na análise do potencial pedagógico para a educação pré-escolar do EyeToy para a PS2, utilizado ao longo de um ano lectivo com os dois grupos de crianças, e na exploração dos significados construídos pelas crianças com base nessa utilização. Tendo em conta a consideração da abordagem ecológica como enquadramento teórico das nossas práticas, procurámos ainda caracterizar as perspectivas sobre a PS2 e a sua possível utilização em contexto pré-escolar de pais e educadores de infância do concelho de Lamego, bem como de estudantes de formação inicial na área da Educação de Infância. Pretendemos apresentar dados sobre essas perspectivas dos diferentes actores envolvidos na acção educativa: crianças, educadores e pais.
Durante o ano lectivo, levámos a PlayStation 2 e o EyeToy para as nossas salas de actividades e realizámos diferentes sessões com as crianças. Se ao início as crianças pareciam não perceber bem o que se encontravam a realizar e como tinham de agir, a partir da segunda ou terceira utilização apoiada, começaram a apresentar um maior domínio do gameplay e das condições de vitória, dos movimentos pedidos em cada jogo, e da forma de interacção com a tecnologia em causa. Perto do final do ano, entrevistámos as crianças e as educadoras envolvidas no projecto e construímos dois questionários com os quais recolhemos dados sobre: a) a perspectiva das educadoras de infância e de estudantes de licenciatura da área e b) a perspectiva dos pais das crianças de ambos os JI.
A análise de dados – análise de conteúdo das entrevistas e estatística descritiva dos questionários – está a ser concluída, sendo enquadrada por conceitos como nativos digitais, media literacy, semântica natural na interacção homem-máquina, cultura participativa e fluência tecnológica, e tendo em conta que “a utilização dos meios informáticos a partir da educação pré-escolar, pode ser desencadeadora de variadas situações de aprendizagem, permitindo a sensibilização a um outro código, o código informático, cada vez mais necessário.” (ME, 1997, p. 72).
"Eu estou dentro do computador?!”: experiências com software de expressão musical
Rui Inácio, Maria Figueiredo & Nelson A. F. Gonçalves,
Escola Superior de Educação de Viseu e Centro de Estudos em Educação, Tecnologia e Saúde do Instituto Politécnico de Viseu
Propomo-nos a apresentar um trabalho de análise de recursos tecnológicos de informação e comunicação (TIC) para o domínio de Expressão Musical (EM), enquadrado por uma matriz de análise de intervenção pedagógica do educador de infância nesse domínio, que cruza a organização do ambiente educativo e de actividades e projecto (DL nº 241/2001) com os eixos de trabalho na EM previstos nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (Ministério da Educação, 1997) que, tendo sido confrontados com os Standards (Consortium of National Arts Education Associations, 1994), foram identificados: escutar, cantar, criar, dançar, tocar e apreciar.
Numa primeira fase, foram sistematizadas propostas para cada cruzamento/zona de trabalho entre intervenção educativa e eixos de trabalho. Numa segunda fase, foram pesquisados e analisados, em termos de adequação aos cruzamentos, vários recursos TIC que proporcionam aprendizagens nessas zonas de trabalho. Dos vários recursos tidos em conta, foram seleccionados os mais facilmente disponíveis para Educadores de Infância, tendo sido seleccionados os que correspondiam aos seguintes critérios: distribuição pelo Ministério da Educação e licença FOSS (Free and Open Source Software). Foram assim considerados os CD-ROM de software educativo: Castelo Musical, Maestro, Rumo à Música e EdMarK; e os softwares de edição áudio: Audacity (genérico) e Mário Paint Composer (destinado a crianças).
Na terceira fase foi realizada uma avaliação a estes seis recursos, em termos de usabilidade e de adequação e potencialidades pedagógicas. Esta avaliação baseou-se: a) numa grelha construída com base nos critérios de análise de software do PEDACTICE, do DATEC e nos nossos objectivos, que foi preenchida pelo adulto com base na sua exploração do software; e b) na utilização pelas crianças de um grupo heterogéneo de um jardim-de-infância do meio rural.
Os dados a apresentar referem-se a ambas as avaliações com destaque para a utilização dos softwares de edição áudio que permitiram a uma das crianças ouvir a gravação da sua voz no computador, provocando a admiração expressa no título desta proposta: “mas isso é a minha voz… eu estou dentro do computador!?”.
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